quarta-feira, 13 de abril de 2016

Você vê o conflito de forma positiva?

Falta de liderança, preguiça, acomodação ou cultura do individualismo, o fato é que a passividade histórica da sociedade brasileira persiste. De um modo geral, as pessoas estão acostumadas a procrastinar a resolução de seus conflitos internos e externos, propensas a colocar no outro a responsabilidade.

Você está se questionando se faz isso? Caso sim, já é um bom sinal.

A geração Z (nascidos na década de 90 até meados de 2010) busca duas vezes mais informações na internet do que a geração Y (década de 1970 até meados da década de 1990) e quatro vezes mais do que a geração X (início dos anos 1960 até final dos anos de 1970). Mas, independente da geração, as pessoas estão mais conectadas e esse acúmulo excessivo de informações pode causar a Síndrome do Pensamento Acelerado - SPA, descoberta pelo médico psiquiatra e psicoterapeuta, Augusto Kury.

O psiquiatra considera que "A SPA é produzida por uma hiperconstrução de pensamentos, numa velocidade tão alta que estressa e desgasta o cérebro. O resultado emocional é desastroso, há consequências para o corpo e a mente. Pensar é bom. Com consciência crítica, é excelente. Mas pensar excessivamente e sem gerenciamento é uma bomba contra a mente livre. E impede o desenvolvimento de funções da inteligência, como refletir antes de reagir, expor e não impor ideias, exercer a resiliência, colocar-se no lugar do outro."

Em consequência, o preço do excesso de opções acaba sendo a insatisfação das pessoas, ocasionando mentes mais cansadas, o que muitas vezes está intrinsecamente ligado à procrastinação, onde se planeja muito e pouco se executa, deixando a cargo do tempo o desfecho de uma dificuldade.

Ter mais acesso às informações é imperioso nos tempos modernos, contudo as pessoas, cientes de seus direitos, por vezes esquecem de seus deveres. Em uma mesma conjuntura, estão analisando e projetando mais do que efetivamente escutando e falando sobre seus conflitos diários com as pessoas certas, ou seja, aquelas inseridas no problema.

Em contraposição, o que se percebe nas audiências de mediação e conciliação judiciais, onde se dá o primeiro contato das partes após a instauração de um processo, é que as pessoas querem voz e escolha, mas não sabem que mecanismos podem se utilizar para se manter uma boa relação quando do surgimento de um conflito de posições. Assim, elas geralmente sabem "o que" (qual) é o conflito, mas não focam no "porquê" (motivo) e muito menos na vontade da outra parte.

Em uma visão mais ampla, para se enfrentar conflitos internos é importante que descubramos quais nossas habilidades naturais e quais os desafios que queremos ultrapassar para se chegar ao que os americanos chamam de "flow", que é o que te faz sentir-se realizado, o que te faz fluir na sua montagem estrutural de vida. Essa é uma habilidade de você consigo mesmo, a inteligência intrapessoal, relacionada com a identificação de hábitos inconscientes para transformá-los em atitudes conscientes, investigada pela Universidade de Havard, liderada pelo psicólogo Howard Gardner.

Ele conceituou inteligência como "um potencial biopsicológico para processar informações que pode ser ativado num cenário cultural para solucionar problemas ou criar produtos que sejam valorizados numa cultura".

Assim, a insuficiência na descrição das habilidades cognitivas, somente por meio de testes de Q.I., o fizeram desenvolver a Teoria das Inteligências Múltiplas. Com efeito, para gerir os conflitos externos é interessante que desenvolvamos a habilidade da inteligência interpessoal, a qual envolve o relacionamento com o outro, de entender, colaborar, ter empatia, saber negociar.

A citada teoria envolve inteligências como: Lógico-matemática, Linguística, Musical, Espacial, Corporal-cinestésica, Naturalista, Existencial, Intrapessoal e Interpessoal. Sendo as duas últimas consideradas, independente da profissão, habilidades preponderantes no século XXI.

Hoje, o saber relacionar-se é fundamental, consigo mesmo e com o outro. Por isso, busquemos empoderar-nos para solucionar nossos conflitos internos e externos, que muitas vezes estão interligados, e achar o nosso equilíbrio.




Porque o conflito tem que ser encarado com um olhar transformador, capaz de trazer aspectos positivos para a vida.

E, com uma visão de quem cresce com os problemas, porque não dizer "Oba, conflito!!"

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