quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Como melhorar a sua comunicação pode ser uma forma de aprendizado




E seguindo no compartilhamento das percepções da minha experiência no exterior, hoje irei abordar sobre comunicação.

Na University of Central Florida, especificamente no prédio da Comunicação, você se depara com abordagens que te levam a refletir sobre a importância dessa habilidade, como por exemplo várias frases nos corredores sobre o tema.



Seja por conta do surgimento de conflitos ou simplesmente pelo fato da convivência com outras pessoas, a comunicação é requisito básico e necessário para estabelecer qualquer relação. E por que não parar para pensar um pouco sobre as formas de melhorar a comunicação?

Aqui nessa universidade, me parece que a categoria comunicação não se restringe somente à atividade fim dos jornalistas, publicitários e relações públicas, que precisam saber passar conteúdo informativo ao público, ou ao habilitado em cinema, que escreve roteiros e conhece diferentes formas de comunicação. Justamente por considerar a importância da gestão de conflitos, na grade, há cadeira de Conflict Management, onde se aborda sobre a existência do conflito em diversas plataformas e quais as formas que podem ajudar a dirimí-los.

Na primeira aula da cadeira, o professor Dr. Rufus Barfield abordou o tema religião e justificou o início por um assunto polêmico dizendo: "If you want to learn how to manage conflict, you have to open your eyes to non tradicional ways". E assim, ao abrir os nossos olhos para caminhos não tradicionais, um novo mundo se abre diante de nós e podemos ter mais clareza de como podemos dissipar o conflito.




Você consegue ter uma boa conversa com alguém que discorda profundamente?

Cada um tem sua opinião formada acerca de religião, política, casamento, sexualidade. Nossas ações, em geral, são baseadas no que nós já acreditamos e não abrimos os olhos e, principalmente os ouvidos, para considerar o que o outro tem a nos dizer. 

Lembrando das palavras de Bill Nye, cientista educacional, comediante, apresentador, ator e escritor conhecido nos EUA: "Everyone you will ever meet, knows something you don't". Desse modo, se todo mundo que você pode conhecer sabe algo que você desconhece, então aumentemos nosso repertório, como uma busca incessante por inputs mentais.

Precisamos aprender COMO falar e, sobretudo, COMO escutar, comparativamente como se estivéssemos em uma entrevista, porque aquela pessoa também tem algo a nos acrescentar e, igualmente, porque é bem melhor quando saímos de uma conversa e percebemos que houve uma verdadeira conexão.



Dentre os principais conhecimentos que obtive sobre como manter uma boa comunicação, destaco, com minhas reflexões, algumas dicas de Celeste Headlee, jornalista, escritora e apresentadora, que com anos de experiência em entrevistas tem uma perspectiva única sobre uma boa conversa.

Be present. Se fazer presente no momento da conversa, descartando os pensamentos que não são relevantes naquele momento para evitar dispersão. Estar por inteiro e não pela metade. É disso, inclusive, que a meditação trata, você reconhecer a importância do momento presente.

Do open questions. Fazer perguntas abertas fazem com que o outro pare para pensar e se expresse de maneira mais sincera, com suas própria palavras, ao invés de responder "sim" ou "não".

Talk and let it go. Quando algum pensamento relevante vem a nossa cabeça no meio da conversa, devemos liberá-lo, não acusando ao outro mas dizendo, no momento oportuno, como nos sentimos. Do contrário, paramos de escutar porque nosso cérebro se bloqueou naquele sentimento resguardado.

Histories come and go. Precisamos aprender que quando alguma história inapropriada para o momento vem a nossa cabeça, devemos deixá-la sair da nossa mente do mesmo jeito que veio, naturalmente. Ao invés de ficar lembrando da história, focar na conversa.

It's ok if you don't understand. Se você não sabe ou não entendeu em algum momento o que foi falado, simplesmente diga ou pergunte, além de evitar que você pare de escutar o outro, isso criará uma conexão entre os envolvidos na conversa e facilitará o diálogo.

It isn't a promotion opportunity. A conversa flui mais facilmente quando nós acolhemos o outro. Se alguém chega contando um problema, ou querendo conversar sobre um conflito, contar sobre como sua vida é difícil ou sobre como aconteceu algo pior com você, não vai ajudar, pois não é a mesma coisa. Todas as situações são individuais e nem sempre tem haver conosco no centro do assunto, mas sim no interesse com o outro.

Forget the details. Não se prenda aos detalhes, as pessoas tendem a se importar com você, como você se sentem, com o que tem em comum e não com datas, nomes, anos. Então não seja prolixo, mas sim objetivo, conversas não devem ser tão curtas, para que não haja mal entendidos, nem tão longas, para não serem cansativas.

Listen. Na maioria das vezes, ouvimos não com a intenção de entender, mas com a intenção de responder, entender e interpretar o outro é fundamental para achar a conexão. Parafraseando Buddha: "If your mouth is open, you are not learning". Ou seja, se sua boca está aberta, você não está aprendendo.

#praticeempathy #inspireempatia

terça-feira, 30 de agosto de 2016

Entenda como insights de uma experiência no exterior podem te ajudar a solucionar conflitos


Nesse post decidi trocar a primeira pessoa do plural pela primeira do singular e contar um pouco da oportunidade que estou tendo de passar um tempo na famosa terra do Tio Sam..

Viver a full experience de se conectar com o mundo através das pessoas é, no mínimo, expandir a mente. Enquanto escrevo, na minha frente, há uma janela enorme de vidro, a vista de uma típica universidade americana, com suas árvores, estacionamentos, starbucks, fast foods, academias, várias facilidades e seus 62.000 estudantes.. do mundo inteiro!

Logo atrás de mim, ouço as mais diversas línguas com suas acentuações típicas, algumas nem reconheço o país. Ao olhar para este mundo novo, identifico olhos preocupados, desleixados, também aqueles que querem triplicar seus conhecimentos e os que estão realizando seus sonhos. Dentro da universidade, e no país em geral, os mínimos detalhes são voltados para proporcionar uma boa vivência, para deixá-lo satisfeito, e a todo momento dizem: "Curta".

E o que o conflito, a mediação, a negociação e afins podem ter a ver com a experiência de morar fora do país de origem?

Além de um método de resolução de conflitos, a mediação é uma perspectiva de vida na qual você, ao mesmo tempo que negocia com o outro, impacta-o positivamente no dia a dia, como para passar uma corrente objetivando o bem estar social. Então, foco, liderança, comunicação, pensamento criativo e gestão de pessoas são algumas das respostas.

Nesse sentido, já que o conflito faz parte da vida cotidiana, é preciso aprender a negociar. E se paro para pensar, estamos em constante negociação no contato com qualquer pessoa, algumas você já sabe o resultado, como na compra de um sanduíche, por exemplo, mas outras você terá que se esforçar um pouco mais para garantir um resultado satisfatório. E por que não um que seja suficientemente bom para todos? 

Assim, encontrar uma solução que traga um resultado colaborativo geralmente requer um pouco mais de habilidade e hardwork, mas que os benefícios de se replicar algo eminentemente bom valem a pena.

Foco. Aqui, o tempo literalmente voa, não sei explicar, ele simplesmente voa. Como o tempo é a única moeda que é igual para todos, então uma habilidade que você acaba por desenvolver ao morar fora é focar na sua prioridade. Lembrando, prioridade não tem plural, é achar a sua prioridade naquele momento, ou pelo ou menos daquele dia, e fazer, se você protelar, o time passa e a oportunidade vai junto. Insight: Se você tem um problema, foque e resolva.

Liderança. Outra habilidade desenvolvida naturalmente por aqui é aprender que você é o líder, o protagonista da sua vida, você tem que ir atrás, você tem que falar com os professores, você tem que se comunicar, você, você, você!! A capacidade de liderar não está ligada somente em comandar pessoas, ela vai além disso, se inserindo na esfera da inspiração. Inspirar pessoas e fazer o seu melhor, saber que cada pessoa tem capacidade de ser líder em algum aspecto específico e saber dar espaço para o outro crescer junto. Insight: A liderança não está associada somente ao mundo corporativo, mas no seu dia a dia com sua família, com seus amigos, portanto seja um líder.

Comunicação. Se for pelo viés da língua é impressionante como o inglês, de fato, é a língua universal, a qual permite que mulheres de burca consigam se comunicar com outras mulheres com seus shortinhos e tops. Para além da língua, a maneira como você se comunica influencia diretamente no resultado que será obtido. Insight: Uma comunicação não violenta e pacífica abre portas que você jamais imaginou, o que gera a sensação positiva de resolução de problema.

Pensamento criativo. Todo impasse da vida é um problema que precisa ser solucionado e por que não criar, imaginar, combinar soluções? A necessidade estimula a criatividade e aqui para se começar alguma coisa você tem que ser criativo e achar a maneira que melhor se encaixa para se resolver determinado problema, ou seja, seu cérebro vai se adaptando a ser mais criativo. Trazendo para o gerenciamento dos conflitos, assim como as pessoas têm sua individualidade, os conflitos também são únicos para cada pessoa que, por sua vez, interpretam aquele problema de forma diversa. Insight: Parar para pensar e usar a criatividade para descobrir de que forma aquele conflito melhor se dissolve de maneira cooperativa.

Gestão de pessoas. Convivência é algo tão natural quanto o conflito, até porque este advém daquela e estando em contato com as mais diversas culturas você aprende a respeitar mais o espaço do outro, seus limites e suas crenças, não só a religiosa, mas também suas opiniões sobre como enxerga o mundo ou seu próprio umbigo. E o respeito é algo essencial para se relacionar com as pessoas, por mais que o cansaço de uma "rotina estrangeira" esteja pesando sobre os ombros, enxergar que você sempre aprende, e muito, com o outro é também saber gerenciar as demandas boas e as ruins. Insight: Saber que se o conflito surge é porque se pensa diferente e não porque não se respeitam. 

Desse modo, para lidar com o conflito é preciso desenvolver certas habilidades e a principal delas é saber que ele irá surgir eventualmente e que se eu trabalhar pela cooperação ao invés da competição, novidades positivas virão.


sexta-feira, 15 de julho de 2016

Como as 5 fases do design thinking podem ser aplicadas na resolução de conflitos



Onde há pessoas, há conflitos. Independe do universo que circule, se familiar ou corporativo, ambiente preponderantemente emocional ou racional, a divergência de ideias irá existir.

Mas quem foi que disse que a divergência de ideias é algo ruim, ela é usada inclusive como técnica de design thinking, que é uma forma de pensar, um conjunto de técnicas utilizadas para abordar um problema.

O design thinking é uma metodologia prática que usa a criatividade para resolução de problemas, atuando como um processo colaborativo em que as pessoas trabalham em conjunto e buscam benefícios nas diferentes perspectivas sobre determinado assunto.

As fases dessa metodologia são: Empathize (descobrimento, ter empatia); Define (interpretação); Ideate (ideação); Prototype (prototipagem ou experimentação) e Test (teste e aperfeiçoamento).

E se desenvolvêssemos inovações para solução de conflitos baseadas em um "pensamento de designer"?



Poderíamos também dividir a projeção da resolução em fases. Assim, a solução de conflitos igualmente ganharia uma metodologia criativa, em que as fases seriam identificadas e o resultado já seria positivo, tendo em vista a participação ativa dos conflitantes.

#1 Eu tenho um conflito: Como posso desvendá-lo?

Aqui pode-se definir o conflito em si, identificar qual o conflito real, que está além do conflito aparente. É o momento de ter empatia, enxergar a experiência vivenciada através dos olhos do outro, compreender com e por quem se está tentando solucionar o problema. Note que quando todos os lados olham entre si, o seu ponto de vista igualmente estará sendo considerado.

#2 Eu analisei o histórico do problema: Como interpretá-lo?

Muitas vezes, achamos que o problema está somente na situação limite de um confronto, mas se analisarmos racionalmente percebemos que alguma semente conflituosa foi plantada e regada sem percebermos. Nessa etapa, interpretemos quais as nossas necessidades e também as do outro, pois ao confrontá-las vamos conseguir visualizar, com mais clareza, em que momento o conflito foi gerado e quais as atitudes que desencadearam o problema.

#3 Eu vejo uma oportunidade: Como posso criá-la?

Uma vez identificado o problema e balizado até que ponto ele se estende, a forma que o abordamos se faz essencial e aprender técnicas de uma comunicação não violenta é de fundamental importância para a tratativa na busca da resolução. Então, considerando sempre o respeito ao outro, é a hora de criar, jogar ideias no ar, em post its ou em desenhos. O mais importante é que esse brainstorm gere criatividade que, juntamente com o repertório de cada um, sejam lançadas ideias novas que os façam sair da zona de conforto e busquem soluções que podem, nem que seja hipoteticamente, deslindar o conflito. Aqui, buscam-se as ideias diferentes e os pontos de vistas diversos, faz-se uma divergência de pensamentos, sem filtros bloqueadores de ideias "sem sentido", pois se você pensou em algo inimaginável, talvez aquilo tenha relevância para você e isso há de ser considerado.

#4 Eu tenho uma ideia: Como posso concretizá-la?

Experimentar coisas novas é geralmente transformador e esse é o momento para isso. Convergir e testar as ideias, por em prática o que foi idealizado, se perceber, perceber ao(s) outro(s) e como funcionam juntos, tudo isso dentro das abordagens que foram observadas e criadas nas outras fases. É como se pudéssemos criar um protótipo da relação com o outro e testar como a parceria funciona da melhor forma, aplicando iniciativas que coloquem em prática as conclusões anteriores.

#5 Eu experimentei alguma coisa: Como posso aprimorá-la?

Para que não retorne ao status quo, é necessário aperfeiçoar as soluções obtidas através dos testes realizados, observando a evolução da iniciativa quando nos deparamos com a rotina do dia a dia. Analisar o porquê aquela solução específica funciona faz com que fiquemos atentos constantemente, até que o hábito seja criado, e agir positivamente pela resolução, e não pelo mal estar inicial originado pelo conflito, se torna tão natural quanto a certeza de que outros problemas surgirão.

A metodologia possui uma visão construtiva e experimental, focada na criação de ações resolutivas, que contribuem desde a maneira em que o problema é abordado até a criação de hipóteses, busca contínua por soluções específicas, materialização de soluções idealizadas, criação de diversas oportunidades e seleção da(s) mais relevante(s) naquele momento.

Nesse sentido, é a união de pequenas ideias que traz a resolução do problema. E então, vamos ter, juntos, um grande ideia?